No passado dia 16 tive oportunidade de assistir ao fecho do Ciclo Homenagem a Jean Rouch, no Instituto Franco-Português. Passaram “En une poignée de mains amies” (1997), onde Rouch e Manoel de Oliveira experimentam visualmente um poema sobre o Douro, do MO, e “Mosso mosso, comme si” (1998), de Jean-André Fieschi, senhor do qual nunca tinha ouvido falar, mas que me arrancou boas gargalhadas.
Em “Mosso mosso”, depois de uma conversa sobre 68 num café parisiense, Fieschi segue Rouch numa viagem a Àfrica, adoptando uma atitude muito vérité – não intervém, raramente narra ou faz perguntas, apenas regista os eventos que, a serem planeados, são-no pelo próprio Jean Rouch, na orquestração de algumas cenas para o seu projecto “La vache merveilleuse”. É assim que, inesperadamente, o filme se torna uma espécie de making off da ideia louca de Jean Rouch e dos amigos (um dele já morto, mas presente); convido-vos a chorar a rir com os segundos de Rouch contando a história das vacas e da ponte! Percebemos como é que funciona a tal coisa da etnoficção (Comme si!), ficamos também com a sensação de que conhecemos um pouco mais o autor, até de uma certa intimidade. É exposta a sua relação com os amigos, principalmente com Damouré Zika, uma presença muito importante nos seus filmes. A certa altura vemos um Rouch muito colonial, o “branco mandante”; uma senhora que passa sugere que Zika gosta muito do dinheiro de Rouch, este desconversa. Rouch, normalmente bem disposto e meio louco, anda torto, apoiado numa vara.
Em “Mosso mosso”, depois de uma conversa sobre 68 num café parisiense, Fieschi segue Rouch numa viagem a Àfrica, adoptando uma atitude muito vérité – não intervém, raramente narra ou faz perguntas, apenas regista os eventos que, a serem planeados, são-no pelo próprio Jean Rouch, na orquestração de algumas cenas para o seu projecto “La vache merveilleuse”. É assim que, inesperadamente, o filme se torna uma espécie de making off da ideia louca de Jean Rouch e dos amigos (um dele já morto, mas presente); convido-vos a chorar a rir com os segundos de Rouch contando a história das vacas e da ponte! Percebemos como é que funciona a tal coisa da etnoficção (Comme si!), ficamos também com a sensação de que conhecemos um pouco mais o autor, até de uma certa intimidade. É exposta a sua relação com os amigos, principalmente com Damouré Zika, uma presença muito importante nos seus filmes. A certa altura vemos um Rouch muito colonial, o “branco mandante”; uma senhora que passa sugere que Zika gosta muito do dinheiro de Rouch, este desconversa. Rouch, normalmente bem disposto e meio louco, anda torto, apoiado numa vara.
Percebo o que perdi... mas vou tentar encontrar o filme. Bela resenha, convenceste-me!
ResponderEliminarCristina