30 de abril de 2009
29 de abril de 2009
antropologia aplicada cont.
Não consegui encontrar um código de ética produzido pela APA. Entretanto lembrei-me que já havia postado num outro blog algo relacionado (aqui), a propósito do debate relativismo vs militância em antropologia - grosso modo, havemos de respeitar todas as práticas culturais, sendo a condição essencial do antropólogo apolítica, para que consiga resultados "imparciais e objectivos”, ou devemos insurgir-nos contra determinadas práticas, por representarem atentados àquilo que construímos como direitos humanos universais? E, a considerar a nossa inevitável responsabilidade política, quais os limites da [não-]intervenção? É que também a DUDH e os códigos de ética são produções culturais…
(Pescadinha de rabo na boca?)
Têm aqui a proposta da AAA, de 1998, de um código de ética para antropólogos.
(Pescadinha de rabo na boca?)
Têm aqui a proposta da AAA, de 1998, de um código de ética para antropólogos.
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2/Maio/09
Uma notícia sobre o mais recente código da AAA, aprovado em Fevereiro:
Anthropologists Toughen Ethics Code
By an overwhelming margin of 87 to 13 percent, members of the American Anthropological Association have approved changes in its code of ethics that are designed to strengthen its protections of people who are studied, and to promote the values of free dissemination of scholarship. (...)
É basicamente uma reforma do texto de 1998. Aí podem encontrar informação sobre as suas alterações - conteúdo e propósito.
28 de abril de 2009
antropologia aplicada
“Antropólogos, a arma secreta das empresas”
Público, 17/04/09
Público, 17/04/09
Isto da ética é com cada um, já havia discutido com colegas a propósito dos antropólogos nas Human Terrain Systems; e com a falta de emprego que anda por aí, ao menos era ver pessoal a fazer coisas criativas e úteis. Oremos.
27 de abril de 2009
apresento-vos Samburu
Tenho tido aulas de ecologia e nutrição humana, de que tenho gostado muito, e os Samburu (povo pastor de gado, nómada, do Quénia) são uma referência constante; o seu nome vem normalmente precedido da expressão excepto para. Apesar da sua dieta aparentemente pouco rica, e certamente pouco variada, com uma proporção alimentos de origem vegetal/alimentos de origem animal bizarra para um grupo africano de savana – sobrevivem praticamente de leite, por vezes consumindo também uma mistura deste com sangue bovino –, os Samburu são extremamente altos e elegantes. Queria dar-vos a sua altura média, prometo que aponto na próxima aula, mas lembro-me que apresentavam um IMC que rondava os 18pontos (magros, portanto) e níveis de colesterol relativamente elevados.
A sua altura contraria todas as nossas noções dos efeitos de uma dieta estreita e repetitiva; alguns autores justificam este crescimento pelo leite, um recurso que, ainda que considerado por muitos desadequado ao nosso organismo (a questão da sua inexistência na "dieta paleolítica", com a qual vivemos de acordo 99,9% da nossa história evolutiva enquanto espécie), não deixa de ser bastante nutritivo. De qualquer forma, a julgar assim, é provável que atingissem alturas muito maiores com uma dieta rica e equilibrada ao longo de gerações (sim, porque existe um efeito intergeracional a intervir no processo de crescimento, sabiam?). Este corpo é o ideal para um ambiente quente: membros compridos, maior superfície corporal/massa, maior dissipação de calor. (Por oposição, temos o corpo tipo barril dos Inuit, por exemplo.) Ao que parece, os Samburu são os primeiros a apreciar a sua forma: auto-elogiam a sua altura e elegância, em torno delas existem narrativas glorificadoras, e, com os seus panos e missangas cuidados, dão fotografias tão bonitas que, bolas!, eles só podem saber o que estão a fazer!
26 de abril de 2009
25 de abril de 2009
apesar de abril
Ciclicidade histórica(?)
Portugal, Portugal, Jorge Palma
Boas comemorações; aproveitem para recarregar as vossas baterias políticas.
Portugal, Portugal, Jorge Palma
Boas comemorações; aproveitem para recarregar as vossas baterias políticas.
23 de abril de 2009
22 de abril de 2009
na tevê
Viram, viram?! Toda airosa, de cor de rosa, com um belo e maternal colar de pérolas brancas, a sorrir tanto nas ironias que, para quem tinha o volume no mínimo, até parecia estar a ser simpática! Manelinha, Manelinha...
(Socorro. Mãe, eles estão a obrigar-me a votar em branco!)
20 de abril de 2009
lembrete
Ok, passei lá hoje! 20% de desconto, muitas bancas, mas sem edições 70!!! Ou seja, quem vai à procura da colecçãozinha da capa preta, esqueça.
Eu cá fiz uns achados. Aquilo era grande, confesso que me cansei. Pedi uns catálogos para desfolhar confortavelmente ao jantar. Eheh
Achados: Filosofia da moda, Georg Simmel, ed. texto&grafia; O caso mental português, Fernando Pessoa plus A loucura universal, Raul Leal, padrões culturais ed.; O livro do humor negro, ed. ausência
18 de abril de 2009
cultura > mulheres e beleza
Através destas revistas e dos seus eixos fundamentais: beleza, amor, casa, moda, saúde, juventude, “faz-se desaparecer a fealdade feminina e propõe-se um modelo de mulher que deve possuir a sedução da vamp, a capacidade de trabalho do homem, a disponibilidade sexual da prostituta, o aspecto físico da modelo, a cultura da intelectual e a compreensão e bondade da mãe”.*
Considerando a sexualidade feminina um recurso antigo – teorias da evolução apontam para a troca de protecção e alimento por sexo, nas primeiras sociedades recolectoras – e a sua fertilidade como bem inestimável, as culturas tenderam a construir-se codificando fortemente os corpos e comportamentos das mulheres, de forma a gerir as suas potencialidades reprodutivas e estádios ambíguos – a virgindade, o período menstrual e a gravidez encontram-se, normalmente, muito regulados. Seria na continuidade destes universais, que o treino das mulheres, investido desde a infância, apareceria no ocidente contemplando características da reserva sexual, docilidade e beleza física, entre outras. Estes ideais estendem-se à adultidade, momento em que se exige à mulher a gestão sensata dos seus atributos em função de um determinado horizonte de sucesso. Com o advento da modernidade – ou, pelo menos, desde a segunda metade do século XX** –, a domesticidade já não é o ideal de sucesso para a maioria das mulheres ocidentais, transformação social que podemos associar a outras de cariz económico e político. No entanto, apesar das lutas feministas e de uma aparente maior igualdade de género, com as mulheres a demonstrarem uma progressiva maior participação nas várias esferas tradicionalmente masculinas (e o inverso, em relação aos homens no “mundo privado, feminino"), constatamos a permanência das lógicas objectificadoras do corpo feminino. Os ideais actuais não são novos ideais, na medida em que reproduzem estas velhas assimetrias. Parecem ter-se tornado, talvez, mais exigentes, abrindo espaço às questões da competência profissional e da satisfação sexual, por exemplo. Mais do que uma reminiscência, poderíamos imaginar a hipótese desta continuidade como reflexo de construções mais profundas, lógicas culturais de base que parecem dialogar com uma certa biologia. Por outro lado, biologizar não deve servir de desculpa às posturas acríticas [que nos deixam com empregos piores, a ganhar menos e com a cabeça cheia de "medidas certas" e angústias] … [é aqui, naturalmente, que entra o girl power]
17 de abril de 2009
silly season no meu blog
1) "Arachibutyrophobia": medo de ter manteiga de amendoim colada no palato.
extra-conjugal
16 de abril de 2009
15 de abril de 2009
anti-histamínico
Digitalizar revistas velhas e poeirentas só porque se acredita na democratização da informação e na sua sempre potencial utilidade, ainda para mais se resultar de um esforço antropológico (essa coisa que vai morrer no leito doutra disciplina qualquer, se isto continuar assim, fechadinho num grupo de algumas dezenas de pessoas e sem aplicação que se veja). É este o meu contributo pro bono dAntropologia Portuguesa. Espero poder deixar-vos o link, daqui a uns tempos, para que consultem os seus números antigos. Entretanto vou tirando partido da descoberta que isto pode tornar-se um acto de descoberta: 1984 “Um mundo com quatro cantos. Estruturas individuais de troca num conto de Edgar A. Poe” - José Lopes Ribeiro(?) brinca «ao lévistrauss»...
Redes sociais superam pornografia na Net
Sou eu que sou ingénua, ou isto ser notícia também vos surpreende?
Sou eu que sou ingénua, ou isto ser notícia também vos surpreende?
11 de abril de 2009
6 de abril de 2009
5 de abril de 2009
síntese provisória interpretativa
Sem certeza, acho que foi assim que o senhor a chamou: síntese provisória interpretativa: aquilo que todos devíamos ter, segundo ele. Uma síntese fundamentada - as análises solitárias do que ouvimos e aprendemos -, provisória - para quem não quiser ser uma parede, claro -, que nos permita interpretar os nossos objectos, para que não andemos à toa aos 20 e poucos anos. É que os cursos têm muitas vezes esses efeitos colaterais: ou vai que fica uma grande desconstrução que não constrói, ou vai que ficam só as construções dos outros.
"Síntese provisória interpretativa : já tens a tua?"
"Síntese provisória interpretativa : já tens a tua?"
[um slogan amador-horror]
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