24 de março de 2010

- Desculpe, sabe escolher côcos?
[longa pausa constrangedora]
- Sim, cô-co.
VII Encontro Internacional de Poetas
Um título que é um mimo.
Divulgo e conto que me paguem em sonetos.

23 de março de 2010

Ruth Benedict

"Ruth Benedict believed in Moral Relativism, which is the belief that morals are different in every culture and there is no universal right or wrong. The morals of the individual or society are all that matters when assessing whether an individual is right or wrong. Moral Relativism is based on two things: Primacy of De Facto Values and Cultural Variation. Primacy of De Facto Values means that morals should be based on how individuals actually behave, not on how individuals should behave. Cultural Variation means that morals are different in different cultures. There are also two ways to approach morality: de facto morality or ideal morality. De facto morality deals with the actual behavior of people in general and principles that are already installed in a culture. Ideal morality on the other hand deals with how people in general should behave no matter how they behave."*

Em persiana de ferro paralela ao Prado.

tannhäuser / derivè‏

Every turn we take
And every decision that we don't make
Even the decisions we don't make
Will bring us into the secrets of the town
Every corner we turn will lead us
Every corner we turn will lead us down the labryinth
And every desire that we earn
Will guide us, alive, living, loving and searching
And searching

Boredom won't get me tonight

13 de março de 2010

a procura activa do curto-circuito

A propósito do penúltimo: je ne suis pas une relativiste (nem um pipe).

Porque, no fim, o relativismo normativo morre nele próprio: o paradoxo de dizer que tudo vale, excepto a sua própria alternativa.
N'est-ce pas?
E já vimos harakiris mais interessantes - tipo relatividade, CFCs, ou Gonçalo Amaral no Sinais de Fogo.

Comprei isto, estou mortinha por lê-lo.
Sou só o título deste post.

não se passa nada

"Nunca me leves muito a sério, eu."
Se for para continuar assim, o melhor é arranjares um diário, ou começares um romance. Mais seis meses disto e olha que já vale a pena. E não, uma tese não é um romance, é só uma tese, eu.
Just cause you feel it, doesn't mean it's there
Descalça-te miserável aos pés da cama, mas lembra-te que um dia destes, quando a cigana do sinal veio ter contigo, riste-te, presunçosa. Ouvias nick cave e a luzinha virava verde, milagrosamente verde: "com licença", só com gesto, "hoje Tenho a Minha Sorte".
Toma lá, hoje é dia Também.

12 de março de 2010

kit-kat

«Uma Experiência Absurda

Kroeber, no seu artigo "O Superorgânico", refere-se a duas experiências que teriam sido praticadas no passado. Embora o autor duvide da veracidade das mesmas, ele as utiliza como exemplo de reflexão sobre a natureza humana.
"Heródoto conta-nos que um rei egípcio, desejando verificar qual a língua-mater da humanidade, ordenou que algumas crianças fossem isoladas da sua espécie, tendo somente cabras como companheiros e para o seu sustento. Quando as crianças já crescidas foram de novo visitadas, gritaram a palavra bekos, ou, mais provavelmente bek, suprimindo o final, que o grego padronizador e sensível não podia tolerar que se omitisse. O rei mandou então emissários a todos os países a fim de saber em que terra tinha esse vocábulo alguma significação. Ele verificou que no idioma frígio isso significava pão, e, suposdo que as crianças estivessem reclamando alimentos, concluiu que usavam o frígio para falar a sua linguagem humana 'natural', e que essa língua devia ser, portanto, a língua original da humanidade. A crença do rei numa língua humana inerente e congênita, que só os cegos aciden tes temporais tinham decomposto numa multidão de idiomas, pode parecer simples; mas, ingênua como é, a inquirição revelaria que multidões de gente civilizada ainda a ela aderem.
"Contudo, não é essa nossa moral da história. Ela está no fato de que a única palavra, bek, atribuída às crianças, constituía apenas, se a história tem qualquer autenticidade, um reflexo ou imitação - como conjeturam há muito os comentadores de Heródoto - do grito das cabras, que foram as únicas companheiras e instrutoras das crianças. Em suma, se for permitido deduzir qualquer inferência de tão apócrifa anedota, o que ela prova é que não há nenhuma língua humana natural e, portanto, nenhuma língua humana orgânica.
"Milhares de anos depois, outro soberano, o imperador mongol Akbar repetiu a experiência com o propósito de averiguar qual a religião natural da humanidade. O seu bando de crianças foi encerrado numa casa. Quando decorrido o tempo necessário, ao se abrirem as portas na presença do imperador expectante e esclarecido, foi grande o seu desapontamento: as crianças saíram tão silenciosas como se fossem surdas-mudas. Contudo, a fé custa a morrer; e podemos suspeitar que será preciso uma terceira experiência, em condições modernas escolhidas e controladas, para satisfazer alguns cientistas naturais e convencê-los de que a linguagem, para o indivíduo humano como para a raça humana, é uma coisa inteiramente adquirida e não hereditária, completamente externa e não interna - um produto social e não um crescimento orgânico."

É óbvio que quando Kroeber fala em linguagem está implícita a possibilidade de estender o seu raciocínio para toda a cultura. Muitos anos depois de Kroeber, Clifford Geertz demonstrou não ser possível, à luz do conhecimento atual, esperal algum resultado da terceira experiência:
"... isso sugere não existir o que chamamos de natureza humana independente da cultura. Os homens sem cultura não seriam os selvagens inteligentes de Lord of the Flies, de Golding, atirados à sabedoria cruel dos seus indistintos animais; nem seriam eles os bons selvagens do primitivismo iluminista, ou até mesmo, como a antropologia insinua, os macacos intrinsecamente talentosos que, por algum motivo, deixaram de se encontrar. Eles seriam monstruosidades incontroláveis, com muito poucos instintos úteis, menos sentimentos reconhecíveis e nenhum intelecto: verdadeiros casos psiquiátricos. Como nosso sistema nervoso central - e principalmente a maldição e glória que o coroam, o neocórtex - cresceu, em sua maior parte, em interação com a cultura, ele é incapaz de dirigir nosso comportamento ou organizar nossa experiência sem a orientação fornecida por sistemas de símbolos significantes." (Geertz, 1978, p.61)» *

9 de março de 2010

meia linha

"In the 1990s, bioethical equipment was designed to protect human dignity, understood as a primordial and vulnerable quality. Hence its protocols and principles were limited to establishing and enforcing moral bright lines indicating which areas of scientific research were forbidden. A different orientation, one that follows within a long tradition but seeks to transform it, takes ethics to be principally concerned with the care of others, the world, things and ourselves. Such care is pursued through practices, relationships, and experiences that contribute to and constitute a flourishing existence (eudaemonia). (...) The question of what constitutes a flourishing existence, and the place of science in that form of life - how it contributes to or disrupts it - must be constantly posed and re-posed in such a form that its realization becomes more rather than less likely."*

Soa bem, mas
a democracia é uma alhada.

8 de março de 2010

soft science

It Did It (2000)

"It Did It explores my fictional character's story before and after I took Prozac. I used the scientific method to self-evaluate whether or not I needed anti-depressants while demonstrating how it affected my storytelling." Peter Brinson

Lusitania


Descobrir esta revista.
Já valeu a semana.
alguma info aqui
Store Bought Bones (Live On Jools Holland)
The Raconteurs
em colunas decentes, por favor

7 de março de 2010

quase que pediram

Quando digo que o melhor do soldados está nos comentários, confirmem, estou mesmo a falar a sério.

Aceita-se Feyerabend.

mãe, arranja-me uma linha para esta agulha

É uma febre por resolver, eu sei. Compreendam que tenho um pé na arte, outro na tecnologia e os joelhos na política. Em cima do monte, uma cabeça que se matuta por orientação, que não sabe mandar só por mandar e ir mandando, está sempre a exigir justificações - que não avanço um metro sem pensar nos outros metros e isso talvez me atrase. Na pior das metáforas florestais, podia galgar as lamas e enfiar-me já espinhos adentro; olhem, vou-me distraindo com ambas. Sujo os sapatos e pico os dedos, sujo os dedos e pico os sapatos. Não me tenho livre o suficiente para não querer mais do que a empiria -se é que isso é liberdade - e sei bem que ir ficando por aqui pode fadar-me a isto: a ir ficando por aqui. Mas ora bem, cada um é cumué. Por cada um ser cumué (sim, uma das poucas certezas da vida (?)), trago e retrago as minhas angústias do universal e do relativo. "A Ciência" visita-me como um poema de Onan, a sensibilidade às gentes ensina-me outras coisas. Então, a querer ser qualquer coisa como antropóloga, eu não sei. Já disse que não creio que a lua seja uma cabaça, mas também não vejo estupidez nisso - e não, não estou a ser correcta. É menos útil.
Utilidade. Penso tantas vezes nela. Numa humanidade madura, todos políticos, todos responsáveis, sem merdas ideológicas que não o ir fazendo, por Nós. Temo ter certeza de que nunca nos sentaremos à mesa.

Catalisador: The totalitarian science

2 de março de 2010

On the Ditch

B. Bagley Tainter

Milling autumn gnats in gold dusk light
Sentient motes in Brownian motion.