26 de junho de 2009

cultura, o conceito

discussão aberta a todos os neurónios

Talvez não seja a primeira vez e tenda a esquecer por ser doloroso e abalar-me do cérebro ao mindinho do pé. Mas ao fim de quatro anos de antropologia, encontramos a L. a voltar ao dicionário, para conseguir a certeza de que está enganada, que está pensar mal e que o título do trabalho ainda faz sentido.

Lembrem-me: porque raio continuamos a usar o conceito de cultura? É que se tudo o que é produção humana é cultura[l] - como é costume dizer-se, mas em código, para não dar muito nas vistas (confirmem-no no ponto9) -, desd'esta mesinha à biologia do livro da rapariga ao lado, então quando é que não é pleonástico procurá-la e/ou reflectir sobre as suas relações com o que quer que seja? Qual é o interesse? Ensinar o mundo, repetindo-o até à exaustão para ver se encaixa, usando um ou outro 'exemplo-etnograficamente-conseguido'? Não era mais fácil fazer t-shirts a dizer assumamos tacitamente a cultura?
Não deviam os nosso "pais" ter desistido da cultura quando desistiram das estruturas?


Tenho aquela sensação de estar a descobrir a roda (coisa que me acontece com alguma frequência, feliz ou infelizmente); que a minha criancice não vos canse.

12 comentários:

  1. A Das Bolas de Sabão26 de junho de 2009 às 23:00

    quiça, para continuarmos a colocá-lo em causa.
    o conceito de cultura, também é "só" isso, um conceito, n'est ce pas?!
    não concordo que tenham desistido das estruturas, porventura têm é desaproveitado as estruturas e todo o seu potencial.

    ResponderEliminar
  2. sim, o problema é q hoje se assume um conceito de cultura q é megalómano; tão extenso que acaba por significar tudo/nada. então, pergunto-me, não seria melhor abandoná-lo? de que serve um conceito assim? existem palavras suficientes para fazer antropologia sem ele!

    as estruturas: não sei se estamos a falar do mesmo. digo, procuravam-se as 'estruturas da produção humana' - as recorrencias, os padrões nos simbolos, nas relações de soberania, etcetcetc. e a cultura era, nessa altura, isso! Mas o projecto foi abandonado, por variadissimos motivos [pos-istoeaquilo] q até me fazem algum sentido, às vezes, e a cultura dura e possível ganha a ductilidade de 'tudo/nada' q referi. Porque é um texto, porque são significados, porque escrevemos interpretações sobre interpretações, as estruturas soam a devaneio e mais não há a fazer do q produzir textos cuja intemporalidade e importancia dependem mais do estilo do q outra coisa qq (estou provavelmente a exagerar, é da hora).

    Repara, isto não me incomoda - o construtivismo é um desafio delicioso no qual embarco com facilidade. O problema é q tb 'cheira mal', porque parece incorrompivel!
    Mais, depois vai sempre dar ao mesmo: arqueo-genealogias para mostrar ao mundo a contextualidade dos mais variadíssimos tópicos. E eu vou fazendo o mesmo, para a anorexia e bulimia. Agora, talvez não fosse mau de todo tirar do título aquela palavra que está a irritar-me - 'cult*ra e perturbações do comportamento alimentar'..

    (Ou trocar o 'e' por um '>'!)

    Preciso de vocês porque isto pode muito bem ser uma crise por falta de distanciamento. Ando nisto há muito tempo, posso ter o raciocínio viciado em algum ponto e não notar. Façam favor.

    ResponderEliminar
  3. .: o conceito de cultura só me tem servido para afirmar q ela existe e q penetra em todos os aspectos da vida. /aliás, como deus, para muita gente.

    ResponderEliminar
  4. a estrutura está mais viva que nunca. O António Pinto Ribeiro diz que se deve falar em culturas e não em cultura numa alusão a um cosmopolitismo emergente...não sei. Acho que na verdade os constragimentos são os mesmos...ou o problema será apenas uma questão de linguagem???

    Parece-me que podemos tentar adaptar o conceito de cultura à pós-modernidade, com todas as caracteristicas e armadilhas que ela traz...é mais dificil que abandonar, totalmente, o conceito. Mas se o quisermos abandonar, substituimo-lo porquê? Ou não teremos que o substituir?

    Só te digo isto...quem me dera saber...tenho aqui o Wolf, Bruman, Benedict Anderson, Abu-lughod, Eriksen, Clifford, Tylor, Handler, ...e mais mil..sim todos a minha frente..estarei mais esclarecida??? NÃOOOOOOOO

    Porque não fiquei em Engenharia???....

    ResponderEliminar
  5. O Homo tugalensis ja tem mais um voto..yessss

    LOOOL

    ResponderEliminar
  6. O António Pinto Ribeiro, 'u da fâque?', aquele que afinal era chato? Pa, isso é bonito dito, mas convem justificar. 'Ponham no plural, por causa da diversidade e assim somos bué cosmopolitas.' Continuo sem perceber como usar a palavra 'cultura' de maneira inteligente.
    Explica-me, porque achas q a estrutura está mais viva do que nunca?

    O problema é q já foi adaptado e perdeu o valor explicativo. É amplo e redundante, cultural serve de adjectivo a tudo o q seja produzido pelo homem, inc. o discurso científico! A palavra existe, pode é simplesmente não ser útil. Não é uma questão de substituição, é abandoná-la, com mais dureza do q a um caozinho, e voltar à terra, chamando as coisas plos nomes, enraizando-nos nos problemas. Ou não. Eu preferia que não.

    MJay, andas a montar uma dreamteam para a FIFA da Antropologia? AHAHAH, és culta, pa!

    ResponderEliminar
  7. O António Pinbto Ribeiro é o programador cultural da Gulbenkian e esteve dez anos à frente da Culturgest.

    Quanto às estruturas não estão mas estarão..lool a antropologia é como a moda: voltamos sempre às antigas modas porque já não há mais nada para inventar.

    Não estou nada bem Lili, este trabalho tem-me deixado doente. Acho que os estragos vão ser muito grandes e talvez definitivos. x'D

    ResponderEliminar
  8. pois, nota-se aí qq coisa MJ, nota-se. Também ando com o cérebro comido; estou feia de cérebro comido; are you looking for a retarded association? let's make one.

    agora um bocadinho mais a sério: estás a autorizar o sr com os cargos institucionais q desempenhou? É q isso posto assim não me desperta respeito, apenas 'fúria da cunha, do pós25deabrildotudoàvontade e do sobrenome'. Não responde à questão da cultura. Levas o teu desconto; bem vejo o teu cansaço ali pela 'veia profético-fascista' (sim porque sim, estrutura porque estrutura :P ), espero tb ter direito ao meu..

    Definitivos. Definitivo é a morte e ficar sem papel higiénico - in-dignidade definitivamente marcante. Isso passa com uma cola UHU. 'TAU! ZÁS! PIMBA!' Estás boa lá para Setembro (quando começar tudo outra vez x) **

    ResponderEliminar
  9. LOOOOOOOOOL

    uhuuhu i'm not the only one..yes!!!!!!!!!!!

    Olha que o senhor é um fofinho. A Mia levou-o lá o semestre passado e gostei tanto dele que comprei os livros..ele é fofinho lili e se foram cunhas bem ditas sejam elas e que um dia eu também as arranje ( que horror, psss: não gosto de cunhas)mas se te serve de consolo ele é principalmente professor universitário..mais cunhas?? LOOOL

    quero tanto as férias que não vou ter.

    ResponderEliminar
  10. ahah, eu sei quem é o senhor! já me tinhas dito. lembro-me desses livros e da troca de semi-galhardetes com a cristina, por isso perguntei se era o tal q 'afinal era chato'. :P Abrimos uma página e parecia densódifícil, brincamos com isso. a pergunta mantem-se: aprendeste muito com ele? o que é a cultura e para que serve em antropologia?
    (tens time out, mas um dia que te apeteça deviamos voltar a isto)

    ResponderEliminar
  11. oh raios não é esse!!!! Esse que a Cristina odeia e agora eu tb é o Jose Bragança de Miranda...e não,só aprendi que usa palavras com 13 silabas no minimo como forma de gritar ao mundo "olhem eu todo intelectual!!! Olhem e vejam papei o dicionário e o Umberto Eco não me alcanca os calcanhares..."

    ResponderEliminar
  12. x''D OKAY! Damn, odeio enganar-me. Agora tinha de ir ler tudo para trás e construir nova opinião (q até podia semelhante, mas resultava de um 'outro espírito', mais aberto). De qq forma, mantem-se a questão, mary jane!

    ResponderEliminar