17 de julho de 2009

Joane, o Parvo

“Ó Inferno ieramá.
Hio hio, barca do cornudo,
beiçudo, beiçudo.
Rachador d’alverca, huhá!
Sapateiro da Candosa,
entrecosto de carrapato,
sapato, sapato,
filho da grande aleivosa (…)”

Joane ao Diabo
Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno

4 comentários:

  1. A Das Bolas de Sabão17 de julho de 2009 às 16:11

    Um prodígio.

    :)

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  2. O Sr Vicente, sim, mas este era um estilo mt próprio da época, tb. Joane, por sua vez, é uma liminal persona, em antropologia, R. Lembraste q o anjo chega a considerar levá-lo, porque 'tudo q o fez, não fez por mal'? No fim fica ali, suspenso sabe-se lá onde, entre o céu e o inferno. A ele tudo é permitido,é inimputável, ambíguo, nem cá nem lá, nem uma coisa nem outra. Não será esta a condição dos loucos, em geral? Tolos e poetas, alienados e iluminados, etc e etc.

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  3. A Das Bolas de Sabão19 de julho de 2009 às 19:11

    Muito deve a dramaturgia ao prodigioso "inventor" dos Autos e das Farsas em português.
    Deu mundos ao mundo da cultura literária portuguesa.

    Gostei.

    (Cheguei, agora, da praia e, digo-te, a minha sociofobia cresce bastante quando vislumbro concentrações de pessoas deitadas na areia e a banhos salgados. Desejei, por momentos, uma praia de acesso condicionado, sei lá, pensei inclusive numa taxa moderadora. É o meu nariz judeu a tomar conta do meu bom senso. Gosh I need HELP.)

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  4. Não tenho nariz judeu e padeço do mesmo. Ainda não fui à praia este ano! Falta de tempo e de vontade... Aguardo a minha pequena ilha de pescadores, para quem o mar é trabalho, com praia extensa quase sem ninguém.
    Deve ser dos poucos sítios onde a pobreza sabe maravilhosamente bem. (Limite: 1mês)

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